sexta-feira, 30 de outubro de 2009

terça-feira, 27 de outubro de 2009

domingo, 25 de outubro de 2009

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Sim.... muito suavemente...



LETRA DA MÚSICA

Desafiando minha dor com os seus dedos
Cantando minha vida com suas letras
Me matando suavemente com a sua música
Contando minha vida inteira
Com suas palavras me matando suavemente com a sua música

Eu ouvi dizer que ele cantava boas músicas
E ouvi dizer que ele tem estilo
E então eu vim para vê-lo e ouvi-lo por um tempo
E lá estava ele, esse jovem garoto
Um estranho aos meus olhos
Desafinando minha dor com seus dedos
Cantando minha vida com suas letras
Me matando suavemente com a sua música

Me matando suavemente com a sua música
Contando minha vida inteira
Com as suas palavras, me matando suavemente com a sua música

Me senti toda ruborizada, com febre
Envergonhada pela multidão
E orei para que ele estivesse acabando
Mas ele simplesmente continuou
Desafinando minha dor com seus dedos
Cantando minha vida com suas letras
Me matando suavemente com a sua música
Me matando suavemente com a sua música
Contando minha vida inteira
Com suas palavras
Me matando suavemente com a sua música

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

PARA TODOS OS POETAS

É bom lembrar mais vozes, pois Lisboa

Cidade com poético fadário

Cabe toda num verso de Cesário

E alguma, em ironias de Pessoa

Para cada gaivota, há um do O'Neil

Para cada paixão, um do David

E há Pedro Homem de Melo, que divide

Entre Alfama e Cabanas, seu perfil

E há também o Ary e muitos mais

Entre eles, o Camões e o Tolentino

Ou tomando por fado, o seu destino

Ou dando de seu riso, alguns sinais

Muito do que escreveram e se canta

Na música de fado que já tinha

O próprio som do verso, vem asinha

Assim do coração para a garganta

Que bom seria, tê-los a uma mesa

De café, comparando as emoções

E a descobrirem novas relações

Entre o fado e a língua portuguesa

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

" Abram as janelas... deixem-nos respirar...!!!




«Ultimatum» de Álvaro de Campos

Mandado de despejo aos mandarins da Europa! Fora.


Fora tu,

Anatole-France,

Epicuro de farmacopeia-homeopática,

ténia-Jaurès do
Ancien-Régime,

salada de Renan-Flaubert

em louça do século dezassete,
falsificada!


Fora tu, Maurice-Barrès, feminista da Acção,

Chateaubriand de paredes nuas,
alcoviteiro de palco da pátria de cartaz, bolor da Lorena, algibebe dos mortos dos
outros, vestindo do seu comércio!


Fora tu, Bourget das almas, lamparineiro das partículas alheias, psicólogo de
tampa de brasão, reles snob plebeu, sublinhando a régua de lascas os
mandamentos da lei da Igreja!


Fora tu, mercadoria Kipling, homem-prático do verso, imperialista das sucatas,
épico para Majuba e Colenso, Empire-Day do calão das fardas, tramp-steamer da
baixa imortalidade!


Fora! Fora!


Fora tu, George-Bernard-Shaw, vegetariano do paradoxo, charlatão da sinceridade,
tumor frio do ibsenismo, arranjista da intelectualidade inesperada, Kilkenny-Cat de
ti próprio, Irish-Melody calvinista com letra da Origem-das-Espécies!


Fora tu, H. G. Wells, ideativo de gesso, saca-rolhas de papelão para a garrafa da
Complexidade!


Fora tu, G. K. Chesterton, cristianismo para uso de prestidigitadores, barril de
cerveja ao pé do altar, adiposidade da dialéctica cockney com o horror ao sabão
influindo na limpeza dos raciocínios!


Fora tu, Yeats da céltica-bruma à roda de poste sem indicações, saco de podres
que veio à praia do naufrágio do simbolismo inglês!


Fora! Fora!


Fora tu, Rapagnetta-Annunzio, banalidade em caracteres gregos, «D. Juan em
Pathmos» (solo de trombone)!


E tu, Maeterlinck, fogão do Mistério apagado!


E tu Loti, sopa salgada fria!


E finalmente tu, Rostand-tand-tand-tand-tand-tand-tand-tand!


Fora! Fora! Fora!


E se houver outros que faltem, procurem-nos por aí pra um canto!


Tirem isso tudo da minha frente!


Fora com isso tudo! Fora!


Ai! que fazes tu na celebridade, Guilherme-Segundo da Alemanha, canhoto maneta
do braço esquerdo, Bismarck sem tampa a estorvar o lume?!


Quem és tu, tu da juba socialista, David-Lloyd-George, bobo de barrete frígio feito
de Union Jacks?!


E tu, Venizelos, fatia de Péricles com manteiga, caída no chão de manteiga para
baixo?


E tu, qualquer outro, todos os outros, açorda Briand-Dato. Boselli da incompetência
ante os factos todos os estadistas pão-de-guerra que datam de muito antes da
guerra!

Todos! todos! todos!

Lixo, cisco, choldra provinciana, safardanagem
intelectual!


E todos os chefes de estado, incompetentes ao léu, barris de lixo virados para
baixo à porta da Insuficiência da Época!


Tirem isso tudo da minha frente!


Arranjem feixes de palha e ponham-nos a fingir gente que seja outra!


Tudo daqui para fora! Tudo daqui para fora!


Ultimatum a eles todos, e a todos os outros que sejam como eles todos!


Senão querem sair, fiquem e lavem-se.

sábado, 3 de outubro de 2009

ÀS VEZES SOU O TEMPO QUE TARDA EM PASSAR...

"Às vezes é no meio do silêncio que descubro as palavras por dizer.
É uma pedra, ou é um grito de um amor (ou qualquer outra coisa...) por acontecer...!"

Hoje é um desses dias... Nunca vos aconteceu ???

Se a resposta for não.... então... não existem...já morreram... !
(aconselho então a mudarem de página...).

Para os que consideram que sim...
Oiçam e soboreiem esta bela música, este belíssimo poema e tenham um fim -de- semana repleto de sons, silencios e amor ...

Isa Magalhães



Silêncio e Tanta Gente

Letra da música

Às vezes é no meio do silêncio

Que descubro o amor em teu olhar

É uma pedra

É um grito

Que nasce em qualquer lugar

À vezes é no meio de tanta gente

Que descubro afinal p'ra onde vou

E esta pedra

E este grito

São a história d'aquilo que eu sou

Às vezes sou o tempo que tarda em passar

E aquilo em que ninguém quer acreditar


Às vezes sou também

Um sim alegre

Ou um triste não

E troco a minha vida por um dia de ilusão

E troco a minha vida por um dia de ilusão

Às vezes é no meio do silêncio

Que descubro as palavras por dizer

É uma pedra

Ou é um grito

De um amor por acontecer

Às vezes é no meio de tanta gente

Que descubro afinal p'ra onde vou

E esta pedra

E este grito

São a história d'aquilo que sou

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

"Bora" lá todos a cantar. Vamos nessa ??



*Without You - (Harry Nilsson)

Letra da música

I can´t live, if living is without you

I can´t live

I can´t give anymore

No, I can't forget this evening

Or your face as you were leaving

But I guess that's just the way the story goes

You always smile but in your eyes your sorrow shows

Yes, it shows

No, I can't forget tomorrow

When I think of all my sorrow

When I had you there but then

I let you go

And now it's only fair that I should let you know

What you should know

I can't live if living is without you

I can't give, I can't give any more

I can't live if living is without you

I can't give, I can't give any more

No, I can't forget this evening

Or your face as you were leaving

But I guess that's just the way the story goes

You always smile but in your eyes your sorrow shows

Yes, it shows

Yes, it shows

I can't live if living is without you

I can't live,

I can't give anymore

I can't live if living is without you

I can't live,

I can't give anymore

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

X X X PROCURA-SE "AMANTE"

Um amigo meu, enviou-me hoje este pequeno texto.
Quero partilhá-lo covosco.
Espero que gostem e, já agora: PROCUREM O VOSSO AMANTE


Muitas pessoas têm um amante, e outras gostariam de ter um. Há também as que não têm, e as que tinham e perderam. Geralmente são estas últimas que vêem ao meu consultório para me contar que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insónia, apatia, pessimismo, crises de choro, ou as mais diversas dores.

Elas contam-me que as suas vidas correm de forma monótona e sem perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver e que não sabem como ocupar o tempo livre. Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente a perder a esperança. Antes de me contarem tudo isto, já tinham estado noutros consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme: "Depressão"... além da inevitável receita do anti-depressivo do momento. Assim, depois de as ouvir atentamente, eu digo-lhes que elas não precisam de nenhum anti-depressivo. Digo-lhes que o que elas precisam é de um Amante!

É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem o meu conselho. Há as que pensam: "Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa destas?!".

Há também as que, chocadas e escandalizadas, despedem-se e não voltam nunca mais. Às que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu explico-lhes o seguinte: Amante é "aquilo que nos apaixona". É o que toma conta do nosso pensamento antes de adormecermos, e é também aquilo que, às vezes, nos impede de dormir. O nosso Amante é o que nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta. É o que nos mostra o sentido e a motivação da vida.

Às vezes encontramos o nosso amante no nosso parceiro, outras vezes, em alguém que não é nosso parceiro, mas que nos desperta as maiores paixões e sensações incríveis. Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na música, na política, no desporto, no trabalho, na necessidade de nos transcendermos espiritualmente, numa boa refeição, no estudo, ou no prazer obsessivo do nosso passatempo preferido...
Enfim, Amante é "alguém" ou "algo" que nos faz "namorar" a vida e nos afasta do triste destino de "ir vivendo". E o que é "ir vivendo"?

"Ir vivendo" é ter medo de viver. É vigiar a forma como os outros vivem, é o deixarmo-nos dominar pela pressão, andar por consultórios médicos, tomar remédios multicoloridos, afastarmo-nos do que é gratificante, observar decepcionados cada ruga nova que o espelho nos mostra, é aborrecermo-nos com o calor ou com o frio, com a humidade, com o sol ou com a chuva. "Ir vivendo" é adiar a possibilidade de viver o hoje, fingindo contentarmo-nos com a incerta e frágil ilusão de que talvez possamos realizar algo amanhã.
Por favor, não se contentem com "ir vivendo". Procurem um amante, sejam também um amante e um protagonista da vossa vida...
Acreditem que o trágico não é morrer, porque afinal a morte tem boa memória e nunca se esqueceu de ninguém. O trágico é desistir de viver, por isso, e sem mais delongas, procurem um amante.

A psicologia, após estudar muito sobre o tema, descobriu algo transcendental:
"Para se estar satisfeito, activo, e sentirem-se jovens e felizes, é preciso namorar a vida".


Texto: Dr. Jorge Bucay
Livro: "Hay que buscarse un Amante"


don't forget the little things : )