domingo, 23 de agosto de 2009

AGORA EU SEI QUE NUNCA SE SABE

Mais uma batida do meu relógio...
Tempo de pensar, analisar...
Penso... Penso...
Analiso... Analiso...
Conclusão: Continuo sem nada saber.

Isa Magalhães



Jean Gabin

EU SEI (JE SAIS) – Jean Gabin

Quando era garoto com 3 palmos de altura
falava muito alto, para ser um homem
E dizia: EU SEI, EU SEI, EU SEI, EU SEI

Era o começo. Era a Primavera.

Mas quando tinha os meus 18 anos
Eu disse: EU SEI, estou certo. Desta vez, EU SEI

E hoje, quando olho para trás
Vejo a Terra onde dei mais de 100 passos
E continuo sem saber como ela roda.

Aos 25 anos, eu conhecia tudo: o amor, as rosas, a vida, as moedas.

Ah! Sim! O amor. Tinha feito a volta completa.

E felizmente, como os companheiros, ainda não tinha comido todo o meu pão.

A meio da minha vida ainda aprendi

E o que aprendi resume-se a 3 ou 4 palavras:

“O dia em que alguém te amar será um dia lindo

Não sei dizê-lo melhor, será um dia LINDO”.

O que ainda me surpreende na vida

A mim que estou no Outono da minha vida:

É que esquecemos tantas noites de tristeza
Mas nunca uma manhã de ternura

Em toda a minha juventude dizia: EU SEI

Só que, quanto mais procurava, menos conhecia.

Sessenta badaladas soaram no meu relógio

Eu ainda estou à minha janela e questiono-me:
Agora EU SEI, SEI QUE NUNCA SABEREI

A vida, o amor, o dinheiro, os amigos e as rosas

Nunca conhecerei o som nem as cores das coisas
Isso é tudo o que SEI!

Mas isso, EU SEI…!

domingo, 9 de agosto de 2009

Nunca desista dos seus sonhos - Augusto Cury


Li há pouco tempo o livro de Augusto Cury "Nunca desista dos seus sonhos". Este não é um romance, apesar de o parecer...
A. Cury, apesar de cientista, tem o dom da poesia, da palavra. Ele dialoga connosco. Faz perguntas, convida-nos a pensar e repensar a nossa vida, tornando-nos assim, cumplices e protagonistas do livro.

Fiz um resumo do livro (exercicio que gosto de fazer). Espero que gostem.




"Sem sonhos as pedras do caminho tornam-se montanhas"


Augusto Cury nasceu no Brasil em 1958.
É psiquiatra, cientista e escritor de vários “best sellers”.
Como cientista notabilizou-se por ter escrito uma das mais inovadoras obras sobre a Inteligência humana – A Inteligência Multifocal na qual descreve o funcionamento da mente e o processo de construção do pensamento.

Neste livro aborda a capacidade de sonhar, revelando quão fundamental ela é para a realização dos nossos projectos de vida.

Explica-nos que é a enorme complexidade da mente humana que nos leva a transformar uma borboleta num dinossauro e “ensina-nos” como tratar as nossas feridas, como resolver os nossos monstros secretos.
Diz-nos que são os sonhos, a motivação e o desejo de sermos livres que nos ajudam a superar e a vencer esses monstros.

Para além da sua própria vida, analisa a trajectória de 3 grandes sonhadores:

- Jesus Cristo;
- Abraham Lincoln;
- Martin Luther King.

Comecemos pelo maior de todos eles:

Jesus Cristo foi, sem dúvida, o maior vendedor de sonhos que a humanidade conheceu. O Mestre conseguiu aquilo que ninguém jamais havia conseguido. Sem nenhum acto sobrenatural, Ele consegue com a sua voz vender algo invendável: Os sonhos.

Com a sua autoconfiança e ousadia, vendia o sonho de um reino justo, da liberdade – sem esta o ser humano deprime, asfixia.


Vendia o sonho da eternidade, ele tinha plena consciência das consequências filosóficas, psicológicas e biológicas da morte.

Vendia o sonho da felicidade. Pois para ser feliz, do ponto de vista da psicologia, não é ter uma vida perfeita, mas saber extrair sabedoria dos erros, alegria das dores e coragem nos fracassos.

Ele disse a todos que o ouviam que se tivessem sede emocional bebessem a sua felicidade, quem fosse ansioso bebesse da sua paz.

Cristo investiu a sua inteligência em pessoas complicadíssimas. Investiu nelas, enquadrando-as, cativando-as, ensinando-as a pensar e a plantar sementes .

Abraham Lincoln foi, segundo Augusto Cury, um sonhador que coleccionava derrotas. Vejamos porquê.

Ele era filho de lavradores, logo, não tinha privilégios sociais. Mas tinha uma característica dos vencedores: reclamava pouco, canalizando assim, a sua energia para criar oportunidades.

Perdeu a mãe com 9 anos. Viveu muito só. Mas como tinha uma enorme capacidade de viajar através dos livros, esta levava-o para lugares longínquos.
Era um grande sonhador: sonhou ganhar dinheiro, ter prestígio social e uma vida tranquila.
Mas falhou no negócio enfrentando assim o drama da derrota muito cedo.
No entanto, aprendeu a não ser controlado pelos fracassos – apesar de desanimado, não se deixa vencer.
Era um homem esperançoso – a esperança é o fôlego da vida, o nutriente essencial da emoção .
Então começou de novo…

Candidatou-se a um cargo público e foi derrotado… Mesmo assim não desiste e finalmente é eleito deputado.

Mas, no ano seguinte, morre a sua noiva, cuja morte lhe roubou a alegria e produziu janelas Killers na sua memória. Estas são zonas de conflito intenso cravadas no inconsciente que bloqueiam o prazer e a inteligência. Elas surgem no decurso de perdas dramáticas, frustrações intensas e angústias que não são superadas.
Sempre que perdemos o controlo das nossas reacções somos vitimas dessas janelas, agimos por instinto e não como homo sapiens.

Segundo A. Cury, "sábio é aquele que tem coragem de identificar as suas loucuras, procurando superá-las. Não esconde a sua irracionalidade, trata-a".

Abraham Lincoln teve uma crise depressiva. No entanto, estava consciente que: ou as perdas o destruíam ou o construíam.
Assim, ergueu-se de novo. Dedica-se novamente à politica. Candidata-se inúmeras vezes somando derrota após derrota.

Estas fizeram dele um ser humano de raríssimo valor. Encontrou grandeza na sua pequenez. Limpou o suor do rosto e continuou a correr atrás do seu projecto de vida.

Apesar de lhe chamarem o “Sr. Fracasso” decide candidatar-se à presidência.

Resultado: foi eleito o 16º Presidente dos E.U.A., tornando-se um dos mais importantes políticos da história:
- Emancipou os escravos do seu país e foi um poeta da democracia e dos direitos humanos.
Assim, podemos concluir que o destino não está programado. É uma questão de escolha.

Esta é a trajectória fantástica de um sonhador, que extraiu coragem dos seus fracassos, sabedoria e sensibilidade das suas perdas.

Martin Luther King doutorou-se em filosofia muito jovem. Era culto, arrojado e determinado.

Ele ia além da fina camada de cor da sua pele negra e não compreendia porque razão os brancos se diferenciavam dos negros. Podem as cores zombarem umas das outras e dizerem “eu sou superior”?

Nos seus discursos empunhava uma bandeira branca e invisível revelando que os fortes amam e integram, os fracos odeiam e discriminam.

Os movimentos que lidera começam a fazer eco social: o Supremo Tribunal dos E.U.A. aboliu, em Dezembro de 1956, a segregação nos autocarros.

Dirigiu uma marcha com 250.000 pessoas e proferiu um discurso em que falava do seu sonho de ver brancos e negros juntos. Dessa marcha resultaram a Lei dos Direitos Civis e a Lei dos Direitos de Voto.

A desesperada luta pelos direitos humanos torna-se um perfume que contagiava poetas, estimulava pensadores e conquistava outras nações.

Reconhecimento: Recebe o Prémio Nobel da Paz.
E, acrescento eu: hoje nos E.U.A. temos um negro como presidente e que diz: "YES. WE CAN"
Acho que Luther King iria gostar...!

Pensemos como estes 3 exemplos da História.

O mundo precisa de pessoas que leiam, desenvolvam a arte de pensar e sonhar com uma humanidade melhor.

Façamos como Fernando Pessoa (poeta português) : transformemos as vicissitudes das nossas vidas. “Coleccionemos todas as pedras que encontrarmos no caminho para construir um castelo com elas”.

Isa Magalhães


Frases de Augusto Cury

sábado, 8 de agosto de 2009

Homenagem a Raul Solnado

Aos 79 anos

Morreu o actor Raul Solnado

O actor Raul Solnado morreu hoje às 10h50, aos 79 anos, na sequência da evolução de um quadro clínico Cardio-Vascular grave, informou a Direcção Clinica do Hospital de Santa Maria, em Lisboa. O velório do humorista realiza-se hoje, a partir das 21h00 no Palácio das Galveias, em Lisboa e o funeral parte amanhã, às 18h00, para o cemitério dos Olivais. A cerimónia de cremação está marcada para as 20h00.Raul Augusto de Almeida Solnado nasceu em Lisboa a 19 de Outubro de 1929. Entrou no mundo do teatro em 1947, enquanto actor amador, no Grupo Dramático da Sociedade de Instrução Guilherme Cossul.Mais tarde, em 1952, profissionalizou-se e começou a construir uma carreira como artista de variedades e teatral, não pondo de lado a sua via humorística na rádio e na música.Em 1960 adapta para português um sketch do espanhol Miguel Gila - "A Guerra de 1908" - e, em Outubro de 1961, interpreta-o na revista "Bate o Pé", no Teatro Maria Vitória. A edição em disco deste sketch, juntamente com outro muito popular - "A história da minha vida", bate todos os recordes de vendas.A sua passagem pela televisão ficou marcada pelos programas "Zip Zip", "A Visita da Cornélia" ou ainda "O Resto São Cantigas".A RTP preparava o regresso do actor e humorista à televisão, num programa ao lado de Bruno Nogueira, sobre 50 anos de humor em Portugal.Pelo seu contributo, Raul Solnado recebeu, a 10 de Junho de 2004, a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.Até à sua morte foi director da Casa do Artista, em Lisboa, instituição que fundou em 1999 juntamente com outros actores.


08.08.2009 - 13h01 PÚBLICO

A guerra do Solnado


A História da minha vida

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

JARDIM DO RIO - Almada


Fado de Lisboa


No castelo, ponho um cotovelo

Em Alfama, descanso o olhar

E assim desfaz-se o novelo

De azul e mar

À ribeira encosto a cabeça

A almofada, na cama do Tejo

Com lençóis bordados à pressa

Na cambraia de um beijo

Lisboa menina e moça, menina

Da luz que meus olhos vêem tão pura

Teus seios são as colinas, varina

Pregão que me traz à porta, ternura

Cidade a ponto luz bordada

Toalha à beira mar estendida

Lisboa menina e moça, amada

Cidade mulher da minha vida
No terreiro eu passo por ti

Mas da graça eu vejo-te nua

Quando um pombo te olha, sorri

És mulher da rua

E no bairro mais alto do sonho

Ponho o fado que soube inventar

Aguardente de vida e medronho

Que me faz cantar

Lisboa menina e moça, menina

Da luz que meus olhos vêem tão pura

Teus seios são as colinas, varina

Pregão que me traz à porta, ternura

Cidade a ponto luz bordada

Toalha à beira mar estendida

Lisboa menina e moça, amada

Cidade mulher da minha vida

Lisboa no meu amor, deitada

Cidade por minhas mãos despida

Lisboa menina e moça, amada

Cidade mulher da minha vida

Lisboa Menina e Moça

Composição: Ary dos Santos e Paulo de Carvalho


Foto tirada do Jardim Botânico (Almada)

Jardim do Rio (Almada)

Jardim do Rio (Almada)

Jardim do Rio (Almada)

Jardim do Rio (Almada)

Jardim do Rio (Almada)


Foto tirada no Jardim do Rio (Almada)