sexta-feira, 19 de junho de 2009

MAIS UMA ODE AO GATO

Lara e Ramsés II (2 irmãos) Isa - 2008

Sheeba e filhote Ramsés II (Isa - 2008)


Sheeba e filhote Ramsés II (Isa - 2008)


Sheeba com mais um filhote (Isa 2008)
Nada é mais incômodo para a arrogância humana
que o silencioso bastar-se dos gatos.
O só pedir a quem amam.
O só amar a quem os merece.
O homem quer o bicho espojado, submisso, cheio de súplica, temor, reverência, obediência.
O gato não satisfaz as necessidades doentias de amor. Só as saudáveis. (...)
“Falso”, porque não aceita a nossa falsidade
e só admite afeto com troca e respeito pela individualidade.
O gato não gosta de alguém porque precisa gostar para se sentir melhor.
Ele gosta pelo amor que lhe é próprio, que é dele e o dá se quiser.

O gato devolve ao homem a exata medida da relação que dele parte.
Sábio, é esperto.
O gato é zen. O gato é Tao.
Conhece o segredo da não-ação que não é inação.
Nada pede a quem não o quer.
Exigente com quem o ama, mas só depois de muito se certificar.
Não pede amor, mas se lhe dá, então o exige.

O gato não pede amor.
Nem dele depende.
Mas, quando o sente, é capaz de amar muito.
Discretamente, porém, sem derramar-se.
O gato é um italiano educado na Inglaterra.
Sente como um italiano,
mas se comporta como um lorde inglês. (...)

Poema de Artur da Távola

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